segunda-feira, 26 de julho de 2010

8 dias em Copenhaga/ Dinamarca

COPENHAGA
Caleidoscópio de história, cultura e entretenimento contemporâneos, Copenhaga é uma capital vibrante oferecendo um incrível leque de experiências...
Imaginando (pois para mim é a única possibilidade) 8 dias em Copenhaga que faria eu?

Dia 1 (segunda-feira): Chegada de manhã ao aeroporto Kastrup onde se situa a ilha de Amager (ilha dinamarquesa em Øresund). Começar a visita por essa ilha com especial destaque para a aldeia de Dragor onde há praias e pequenos portos. Seguir para a ilha Zelândia mais especificamente o centro de Copenhaga e ao fim de tarde visitar e jantar fora no porto de Nyhavn em Copenhaga, aproveitar para comprar souvenirs e tirar as primeiras fotografias
Nyhavn:



Dia 2 (terça-feira): Dia para conhecer melhor a cidade com uma viagem de autocarro aquático pelos canais de Copenhaga desde Nyhavn, através de Inderhavn, ao longo dos canais Slotsholmen e Christianshavn. Ver as principais atracções portuárias:
1)Operaen (ópera cujas estátuas da entrada mudam de cor consoante as condições climatéricas).
2) Den Sorte Diamant ou o Dimanate Negro. é a extensão da Biblioteca Real e alberga mais de 4,5 milhões de livros.
3)Estátua da Pequena Sereia (Den Lille Havfrue)
4)Mirar as casas flutantes ao longo dos canais
5) Havnebadet: mergulhar nas borbulhantes águas limpas desta piscina ao ar livre situada em Island Brygge.
Depois alugar uma biciclete e percorrer livremente a cidade pelas ciclovias bem-estruturadas da capital.
Havnebadet = piscina flutuante


Den Lille Havfrue= Pequena Sereia


Dia 3 (quarta-feira): Fazer um circuito para conhecer os 3 palácios da cidade: Christiansborg Slot (onde se situa o parlamento), Amaliensborg Slot (onde vive a família real) e Rosenborg Slot (onde estão as jóias da cora) sem esquecer de às 11h30 ver o render da guarda em Amalienborg Slot e subir à Igreja de Mármore: Marmorkiken cujo miradouro proporciona uma esplêndida vista da cidade de Copenhaga.
À tarde descansar em Kogens Have (um jardim real da Dinamarca perto do palácio de Rosenborg).
À noite visitar o Bairro Latino (deve este nome porque alberga a universidade mais antiga de Copenhaga (sec XV)) onde outrora a língua falada era o latim) hoje em dia zona estudantil está repleta de bares e cafés onde pode desfrutar de um bom fim de noite.

Christiansborg Slot:


Amalienborg Slot e Livgarden:


Rosenborg Slot e Kongens Have:



Dia 4 (quinta-feira):
Visitar o Museu Mundo Maravilhoso de Hans Christian Andersen onde se encontram as cenas dos contos de fadas deste escritor e outras recordações. Depois seguir para Strøget que é considerado o verdadeiro centro de Copenhaga, e é relatado por vários guias de turismo, como o caminho de pedestres mais longo do mundo. Aproveitar para fazer compras ou descansar numa esplanada: as lojas variam entre boutiques exclusivas e armazéns de roupa em segunda mão, cafés e restaurantes de todo o Mundo.
À noite visitar um dos inúmeros bares, pubs, discotecas nas ruas paralelas e nas proximidades de Strøget.
Hans Christian Andersen


Strøget (o pormenor das inúmeras bicicletas estacionadas):



Dia 5 (sexta-feira): Dia de diversão: Visitar o Parque de Diversões Tivoli com um ambiente mágico digno de contos de fadas. O Tivoli foi fonte de inspiração para Walt Disney quando este o visitou em 1950 tendo dito: "É assim que deve ser um parque de diversões!". Experimentar viagens de alta velocidade nos carrosseis Dragon, Demon e Starflyer(o maior carrossel do Mundo), visitar o Tivoli Akvarium: um fantástico aquário baseado num recife de coral tropical que alberga 1600peixes de mais de 500 variedades (é o maior aquário de água salgada da Dinamarca).O salão de concertos Tivoli Koncertsal tem concertso de rock ao ar livre às sextas feiras. Fazer uma refeição num dos emblemáticos restaurantes do Tivoli nomeadamente o Friggaden: uma réplica fantástica de um veleiro, no verão pode-se sentar no convês e apreciar as vistas.
À noite ver o exuberante show: A Tivoli Fairytale e fogo de artifício.

Frigate:



Tivoli à Noite:


Dia 6 (sábado): Visitar Christiania (comunidade hippie)







Dia 7 (domingo): Acordar bem cedo pois neste dia vamos dar um pulo até à Suécia!
Fazer a travessia da Ponte de Øresund (em dinamarquês Øresundsforbindelsen, em sueco Öresundsförbindelsen) que liga a ilha da Zelândia (Dinamarca) à Suécia, através do estreito de Öresund. Com 7845 metros de comprimento, é a maior ponte rodoferroviária da Europa. Chegada a Malmö (a maior cidade do Sul da Suécia). Tempo de travessia: aproximadamente 35 minutos.

Øresund Bridge (view from Amager island):



Malmö (Sweden city):



Dia 8 (segunda): é a partida de volta a Lisboa mas com uma promissora despedida: "até breve!". Seria impossível não voltar...

sábado, 17 de julho de 2010

Ao meu avô materno José dos Santos Amaro


17-Julho-2010

Partiste deste Mundo sem eu me ter despedido de ti.
Sinto-me irreparávelmente afundada num desgosto profundo. Perdi a derradeira oportunidade de me despedir de ti, de ver o teu olhar azul cuja face franzina e risonha estava enrugada pelos belos anos da tua magnífica existência. Mas o brilho dos teus olhos, esse, nem as rugas o conseguiam encobrir...e agora esse brilho desapareceu nesta noita fatídica para todo o sempre.
Nunca até hoje sabia o que era perder um ente querido nem o que uma pessoa poderia sentir nessa situação...infelizmente agora sei-lo...e dói. É um sentimento estranho e não sei como reagir mas os meus olhos vertem água salgada até momentaneamente secarem, o coração parece que se despedaçou e os soluços sufocam-me.
Desde que foste internado que apesar de todos serem pessimistas e nos estarem a anunciar a tua morte que eu acreditei que ias conseguir viver mais e puder ver-te e puder abraçar-te...mas não...
A minha mãe disse que quando te foi ver ao hhospital tu não falavas por causa do AVC então ela mostrou-te uma foto minha e tu começaste a chorar...agora os remorços e a minha dor são tantos e a minha consciência não pára de me culpar...
Hoje à noite antes de saber a notícia, deite-me no sofá a ver televisão...um programa captou a minha atenção sem razão aparente, eu não sabia o porquê de estra a ver aquele filme e muito menos de estar a chorar desalmadamente...o filme era sobre um pescador velho, com olhos azuis como os teus e fez-me lembrar de ti...tudo nele era velho e cansado menos o seu olhar e a sua força de viver...mesmo que a vida o maltratasse...ficou 85 dias sem prescar nada no mar, vivia miseravelmente, só tinha um pequeno rapaz que era seu amigo e lhe dava a pouca comida que tinha, um dia sozinho conseguiu pescar um grande espadarte mas os tubarões arruinaram-lhe a pesca...
O final não sei porque me levantei e segundos depois o filme tinha acabado...mas agora sei porque estava a ver aquele filme e a chorar, pressenti qualquer coisa, aquele pescador eras tu avô: bravo e mesmo doente queria e tinha de ir ao mar...
O telefone tocou pouco depois, senti uma má vibração e decidi ignorar esse pressentimento bem como o telefonema...ninguém atendeu, ligaram-me para o telemóvel...não quis atender, deite-me tentei ignorar todos esses presságios e pensamentos, tentei adormecer mas não conseguia...o meu pai entrou no meu quarto com um tom grave na voz e eu parece que já sabia o que ele ia dizer por isso fingi que dormia...algo me dizia para não ouvir, para evitar, para ignorar...mais tarde levanto-me e vejo que tenho uma mensagem no telemóvel: "o avô morreu", e é então que uma crise incontrolável de choro apodera-se da minha alma...não consegui acreditar.
Não, não dá para acreditar que te foste embora, não, NÃO sem eu me ter despedido de ti, sem eu nunca ter tido a coragem de te poder mostrar o quanto de admiro, que te amo, pois és um herói para mim...
Foi há cerca de 7 meses que te vi pela última vez...mas não me consigo lembrra do teu último olhar, de como foi essa última vez que te abracei, do que te disse cara à cara e do que tu me disseste a mim...só eu sei o quanto me sinto mal agora...
A última vez que ouvi a tua voz foi por telefone, antes de seres internado, quando ainda conseguias falar...estavas bem disposto, falámos do tempo que estava "está calor"dizias, perguntei-te se estava tudo bem e tu disseste que sim, se estavas melhor e tu disseste que sim...pudera és forte e mesmo estando mal dirias que estavas bem...ouvia-te a rir do outro lado da linha e subitamente ficámos sem assunto até me disseste: "então não dizes nada?" (desculpa avô :( então dissemos adeus...nunca pensei que esse seria o último adeus!
A tua voz ecoa na minha mente como uma sinfonia melancólica e ao mesmo tempo alegre...porque ao menos lembro-me da tua voz, mas não consegui perceber o quão poderias estar mal, o quão verdadeiramente eras importante para mim, porque nunca consegui dizer: "gosto muito de ti avô". Mesmo afastados pela distância és importante para mim, és o meu exemplo a seguir...e não me conseguirei habituar a dizer que eras, que foste...não consigo acreditar que já não és...
Como viverei o resto dos meus dias com a culpa, a mágoa e a tenebrosa dor de nunca me ter despedido de ti?
Nunca falámos muito, talvez porque raramente te via mas respeitava-te imenso...adorava-te!
Espero que na hora final a morte tenha tido compaixão por ti e não tenhas sofrido muito e onde quer que estejas, onde quer que a tua alma esteja espero que estejas em paz.
A tua memória, o teu riso, a tua bravura, a tua coragem, a tua coragem de viver...essas coisas ficarão para sempre comigo bem como a mágoa, a tristeza e o inconformismo e a implacável dor de não me ter despedido de ti. Hoje não foste só tu que morreste, uma parte de mim também morreu contigo.
Descansa em paz avô...eu sempre te amei e sempre te continuarei a amar.

Com eterna saudade da tua neta que jamais te esquecerá:

Amo-te Avô!

domingo, 4 de julho de 2010

Pedra filosofal- António Gedeão



Eles não sabem que o sonho

é uma constante da vida

tão concreta e definida

como outra coisa qualquer,

como esta pedra cinzenta

em que me sento e descanso,

como este ribeiro manso

em serenos sobressaltos,

como estes pinheiros altos

que em verde e oiro se agitam,

como estas aves que gritam

em bebedeiras de azul.




eles não sabem que o sonho

é vinho, é espuma, é fermento,

bichinho álacre e sedento,

de focinho pontiagudo,

que fossa através de tudo

num perpétuo movimento.




Eles não sabem que o sonho

é tela, é cor, é pincel,

base, fuste, capitel,

arco em ogiva, vitral,

pináculo de catedral,

contraponto, sinfonia,

máscara grega, magia,

que é retorta de alquimista,

mapa do mundo distante,

rosa-dos-ventos, Infante,

caravela quinhentista,

que é cabo da Boa Esperança,

ouro, canela, marfim,

florete de espadachim,

bastidor, passo de dança,

Colombina e Arlequim,

passarola voadora,

pára-raios, locomotiva,

barco de proa festiva,

alto-forno, geradora,

cisão do átomo, radar,

ultra-som, televisão,

desembarque em foguetão

na superfície lunar.




Eles não sabem, nem sonham,

que o sonho comanda a vida,

que sempre que um homem sonha

o mundo pula e avança

como bola colorida

entre as mãos de uma criança.