domingo, 24 de julho de 2011

amizade?


 Uma das relações mais conflituosas que tenho com outras pessoas é a amizade, porque isso implica que deposite nessas pessoas algo que não entrego facilmente a alguém: a minha confiança. Confiança acima de tudo que existe essa tal amizade. 
Para a maior parte das pessoas a amizade é algo muito fácil de ter e manter, até às vezes não fazendo absolutamente nada para a manter. A maior parte das pessoas que conheço gosta de ter muitos amigos, eu pelo contrário, gosto de ter poucos, mas realmente bons.
Não haja dúvidas, a pior coisa que me podem fazer é dizer que são meus amigos, porque se eu acreditar, e as pessoas não corresponderem a essa amizade fico realmente desiludida com essa pessoa e comigo mesma por ter depositado a minha confiança e ter desperdiçado todo o meu tempo e simpatia com essa pessoa.
Esta é uma das principais razões pelas quais eu não dou muitas oportunidades para conhecer novas pessoas ou para que meros conhecidos desenvolvam algum tipo de conversa para além de mera cortesia:desconfiança. Para além disso tenho sempre muito receio que me digam alguma coisa para me mandar abaixo (como o fazem frequentemente). É no meio de sorrisos cínicos e falsos em que largam o seu veneno e eu muitas vezes fico sem grande descaramento de responder igualmente mal a essa pessoa uma vez que ela soube usar palavras eloquentes para me magoar ou tentar magoar, tenho então duas alternativas: ser bruta e dizer exactamente o que sinto (o que nem sempre corre bem e choca essas pessoas) ou então também me armar em sonsa e engolir tudo (e ficar mal comigo mesma). Perante estas hipóteses prefiro simplesmente não dar muita confiança.
Para além disso, não é exagero nenhum, é mesmo o que sinto: em 21 anos e meio de vida não conheci ninguém interessante com quem possa realmente passar um bom bocado. E isto porquê? a maior parte das pessoas tem conversas hiper superficiais, ou nem sequer tem conversas, os ideais se os tiverem, são senso comum, se alguém tem uma opinião diferente e mais elaborada é esquisita, uma freak e então ou tentam fazer-me sentir mal por não ser senso comum ou fazer-me adoptar o "ponto de vista" delas, tentando adulterar a minha opinião e não a respeitando. Obviamente isto para mim não é admissível e frequentemente recorro a algum agressividade para lhes mostrar que as acho idiotas.
Quando tento ter conversas interessantes (política, economia, ambiente) já chegou a algumas vezes em que me pediram para calar sem apresentar nenhum tema de conversa. A maior parte das vezes recorrem a conversar sobre sexo e fazer piadas desse género e achar-se especialmente engraçados quando me conseguem irritar, no fim salta-me a tampa, e fico realmente zangada. O que acontece a seguir? corto totalmente relações com essas pessoas e é como se nunca as tivesse visto na vida.
Sempre que tento sair com alguém muitas vezes só quero estar longe de chatices mas é incrível como as pessoas mesmo em ambiente para relaxar decidem voltar a insistir nos seus problemas!
Esta é a principal razão por preferir muitas vezes estar sozinha senão tiver boa companhia.
Também não sou pessoa de impôr a minha presença aos outros e evito ao máximo incomodá-las, se a minha companhia for requerida então se me apetecer convivo, mas não sou pessoa de me meter num grupo à força.
O que tem acontecido frequentemente é que os tais ditos amigos (que não são de maneira alguma amigos) têm demonstrado uma atitude suficiente cínica para comigo nomeadamente dizerem que têm saudades de mim e muito embora tenham várias maneiras de me contactar não me convidarem para fazer nada. 
A única coisa que faço para ter a certeza da sua amizade é esperar que se lembrem de mim, muitas vezes tal não acontece, e como tal acho ridículo parecer que querem que eu mantenha a mesma relação com eles que há meses atrás, 1 ano atrás ou até mesmo ex-melhores amigos de 4 anos atrás. A única coisa que dou é desprezo absoluto até alguém se lembrar de mim e me falar, como isso é raro de acontecer, a outra pessoa que era minha amiga esquece-se simplesmente que o foi.
Dantes lamentava este infortúnio social, agora percebi que não posso esperar por alguém para fazer as coisas que gosto pois dessa maneira acabarei por nada fazer, então faço muitas actividades ditas sociais sozinha.

Para todas as pessoas que me desiludiram invocando falsas amizades só tenho a dizer que eu delas absolutamente nada perdi, mas elas sim perderam uma grande amizade.





"não há estrelas no céu a dourar o meu caminho, por mais amigos que tenha sinto-me sempre sozinho" Rui Veloso


"falsos amigos são fingidos, eles baralham-te os sentidos e trazem-te sentimentos distorcidos" Mind da Gap (banda portuguesa)