terça-feira, 19 de julho de 2011

O Universo

Terra flutuando no Espaço
Vivemos numa bola azul rejubilante de vida flutuando no espaço (embora muitas das vezes não a valorizemos escravizando as suas formas de vida e o seu harmonioso ecossistema apenas para proveito próprio sob jugo
da poderosa economia capitalista que subentende a criação de riqueza financeira e monetária sem ter em consideração o seu efeito devastador na real riqueza do Mundo: a vida, a água, as florestas, a natureza…).Algures por essa imensidão do Universo há imensos sistemas solares mas encontrar um tão maduro e desenvolvido como o nosso é como procurar uma agulha num palheiro.
A 20 anos-luz da Terra a estrela Gliese 581 que é quase da mesma idade do nosso Sol e orbitando-o está um planeta similar à Terra, mesmo a uma distância certa do Sol: mais perto a água evaporar-se-ia, mais longe gelaria: condições ideiais para a vida se ter desenvolvido, e se foi atingida por cometas trazendo água e materiais orgânicos..então a vida, seres complexos como nós até mesmo civilizações como a nossa podem estar lá agora e se estiverem até mesmo a esta distância poderão estar a sintonizar os nossos canais televisivos de há 20 anos atrás. Mas até gerações futuras descobrirem um modo de comunicar até distâncias tão vastas tudo o que podemos fazer é especular.
Estrela Glise 581 e orbitando-o um planeta similar à Terra

 Nós e eles, vivendo vidas paralelas desconhecendo da existência uns dos outros…a não ser que a vida tenha aparecido e desaparecido, é esse o problema dos cometas: são criadores e destruidores, como os dinossauros descobriram da pior maneira há 65 milhões de anos atrás. Isto é o mais próximo que estivemos de um sistema solar como o nosso, mas é um encontro casual porque poderá haver centenas, milhares, milhões de sistemas solares como o nosso ou nenhum!
A 100 anos-luz da Terra é Algol, estrelas gémeas temida desde o tempos antigos devido ao seu comportamento sinistro: da Terra parece como que se uma estrela passasse em frente da outra, de perto é ainda mais estranho: uma estrela expandiu o seu campo gravitacional para a outra e tem sido puxada nessa direcção, numa das primeiras emissões de rádio apenas se ouve um sussurro…e depois o silêncio…daqui para a frente é como se a Terra nunca tivesse existido, qualquer alienígena que viva mais para longe daqui não saberá da nossa existência.
Algol the demon star
No interior da nossa galáxia: a via láctea, uma biblioteca celestial, cada estrela como um livro que tem uma história para contar, está tudo aqui à espera que abramos a capa:
Betelgeuse é a maior e mais brilhante estrela que vimos até hoje, deverá ser pelo menos 600 vezes mais larga que o nosso Sol.
Betelgeuse 
Um espectro a mais de 1 300 anos-luz da Terra, a nuvem negra de Órion e bem no seu centro reacções nucleares despoletam o nascimento de estrelas …um cabeça gigante de cavalo a erguer-se do Espaço.
Nebulosa de Órion com o nuvens de pó que se assemelham a uma cabeça de cavalo
Quase 4 mil anos-luz à frente nuvens de gás suspensas de gás: hélio e hidrogénio, as matérias-primas do Universo, vermelho e azul: nitrogénio e oxigénio, a base da vida na Terra. Para nós vivermos estrelas como estas tiveram de morrer: o oxigénio nos nossos pulmões, o nitrogénio no nosso ADN foi tudo produzido por fusão nuclear em estrelas que morreram muito antes de a Terra ter nascido: nós somos feito de desperdício nuclear estelar (we are nuclear waste). É nas estrelas que começa a nossa árvore genealógica.
As anãs brancas são inacreditavelmente densas: aquando da morte estelar os seus átomos uniram-se e a estrela ficou tão densa que apenas uma colher de chá de uma anã branca pesa um tonelada!
Anã Branca
Daqui a 6 mil milhões de anos o nosso Sol também se transformará numa anã branca, este processo levará ao desaparecimento total de vida na Terra (se nós não formos pioneiros nisso!) e faz-nos perguntar quantos mais mundos existiram e desapareceram: histórias que ficaram por contar, livros celestiais perdidos para sempre.
No interior da nebulosa de caranguejo jaz num cemitério estelar uma supernova. No centro da tempestade encontramos uma estrela giratória pulsante: uma pulsar, a gravidade deve ter reduzido a isto o centro da estrela gigante tem apenas 20 km de extensão e é incrivelmente densa.
Nebulosa de Cranguejo
Supernova
Pulsar
Um buraco negro é o que resta de uma estrela gigante que em vez de se reduzir a um anão branco ou pulsar continuou a diminuir e a encolher até ter apenas uns km de diâmetro, se nos aproximarmos muito não há maneira de regressar. Chama-se buraco negro porque a sua gravidade é tão intensa que nem a luz consegue escapar, no seu interior não existe matéria como a conhecemos, não há tempo, não há espaço, todas as regras da física se desvanecem. Tudo o que é sugado lá para dentro desaparece e ninguém sabe para onde…estamos perante o limite da compreensão humana. Poderá haver milhões de buracos negros na nossa galáxia talvez mais que todas as estrelas no céu.
Quem poderá dizer que não vivemos dentro de um vasto buraco negro? Que todo o Universo está dentro de um agora mesmo, no interior de outro Universo…se pensarmos muito sobre isso a nossa mente fica estupefacta.
Buraco Negro
Uma hipernova é a forma de morte mais violenta de uma estrela (que ocorre aquando do esgotamento do seu combustível nuclear), ainda mais violenta que uma supernova, este acontecimento liberta ondas de choque e radiação letal por todo o espaço.
Hipernova
Quando espécies na Terra foram eliminadas há 450 milhões de anos atrás o culpado poderá ter sido um destes : hipernovas mortais, cometas gelados,planetas incandescentes, anões brancos, gigantes vermelhos.
Civilizações antigas e recentes, todos os que já viveram, o mais pequeno insecto, a montanha mais alta, tudo…invisível, nem um pequeno vestígio perante o grande manto celestial que é o Universo.  A nossa casa é apenas um planeta menor orbitando uma estrela insignificante no Universo, se nós e a Terra, tudo… desaparece agora mesmo quem ou o quê iria sequer reparar? E no entanto, até agora não encontrámos nenhum outro local onde preferíssemos e/ou  pudéssemos viver.
Têm ideia da quantidade de estrelas que existem no Universo? São incontáveis! Todas as probabilidades nos dizem que por certo haverá pelo menos uma, mais que uma estrela até capaz de suportar vida!
Talvez no enxame de estrelas da constelação de Hércules. Nos anos 70 os astrónomos enviaram uma mensagem nesta direcção a estrutura pormenorizada do nosso ADN e a localização do nosso sistema solar…mas é tão longe de casa que a mensagem só chegará dentro de 25 mil anos!!!
Constelação Hércules
Ainda não encontrámos vida alienígena mas também não encontrámos razão alguma para poder pensar sequer que ela não existe por esse espaço fora algures.
Há uma equação concebida para estimar o número de outras civilizações avançadas , se fizermos as contas o resultado é chocante…é que poderá haver milhões de civilizações apenas na nossa própria galáxia!
a nossa galáxia: a Via Láctea
Ao sair da Via Láctea e ao entrar no espaço intergaláctico não há horizonte à vista, até as galáxias mais próximas estão a milhões de anos-luz.
O Universo está repleto de outro misterioso constituinte: matéria negra (dark matter), tão misteriosa que não lhe podemos ver, sentir, saborear, tocar, nem medir…contudo é tão comum que pode totalizar cerca de 90% de toda a matéria do Universo. Se a matéria negra existir mesmo isso significa que não existe nada que se pareça com espaço vazio.

 Sabemos que existe matéria no espaço devido à estranha acção que exerce nas galáxias como na Grande Nuvem de Magalhães, mais de 6 mil milhões de anos na nave espacial actual mais rápida a 160 mil anos luz da via láctea no limiar do seu alcance gravitacional, esta galáxia devia de virar para o espaço mas algo a prende, alguma coisa invisível e poderosa…a matéria negra.
Nuvem de Magalhães
Uma bola de fogo expande-se daquilo que terá sido uma enorme explosão: uma supernova tão brilhante que quando chegou à Terra em 1987 era visível a olho nu, e tão violenta que despoletou uma série de reacções nucleares obrigando à união de átomos, criando novos elementos: ouro, prata, platina lançando-as para o espaço. O ouro que temos nas nossas jóias, notas, moedas e minas foi forjado em supernovas como esta a triliões de km, há milhares de anos.
anel de fogo em torno de uma supernova
A Galáxia Andrómeda a dois milhões e meio de anos luz movimenta-se no espaço a quase 1milhão de km/h!Tudo no Espaço se desprende como fragmentos numa explosão e hoje através da nossa tecnologia incorporada em super avançados telescópios podemos observar Andrómeda como os nossos antepassados mais remotos a viriam há milhares de anos!
Galáxia Andrómeda
Quanto mais para a frente formos no Espaço, mais para trás recuamos no tempo…isto não parece normal. 
Vemos uma galáxia inteira a explodir, a única coisa suficientemente grande para provocar uma explosão a esta escala tem de ser outra galáxia. Mas esta galáxia não irá morrer, irá renascer criando até novas estrelas à medida que pó e gás colidem criando fricção, ondas de choque despoletando o nascimento de novas estrelas.
Mas há ordem neste caos, um padrão por detrás de uma variedade infinita…um ciclo interminável de nascimento e de morte, criação e destruição. É um padrão construído pelo vasto tecido do Espaço que liga cada uma destas galáxias. Há milhares de milhões de galáxias no Universo cada uma delas com milhares de milhões , até triliões de estrelas…talvez até mais estrelas que todos os grãos de areia em todas as praias da Terra!E são apenas as estrelas que existem agora. E todas as estrelas que existiram e desapareceram , todas as estrelas que estão a nascer e as que irão nascer?
Tudo isto é mais grandioso do que possamos imaginar!
A enorme galáxia de Pinwheel está tão distante da Terra que enviar uma mensagem para casa agora levará 27 milhões de anos a chegar lá. Quem sabe se a nossa espécie, o nosso planeta ainda existiria para recebê-la? Muito provavelmente não!
Galáxia de Pinwheel
A 2 mil milhões anos luz de casa a chegar aos limites do Universo, a recuar até ao início dos tempos…um quasar a coisa mais mortal do Universo: um caldeirão em espiral de gás fervilhante  mais brilhante que centenas de galáxias a fonte desta energia poderosa reside no interior de um buraco negro supermassivo tão pesado como mil milhões de sóis que suga o gás das estrelas para o seu interior, devorando as estrelas.


8 mil milhões de anos luz de casa recuámos tanto no tempo que vemos as galáxias como elas eram antes mesmo da Terra ter nascido, ainda jovens e em desenvolvimento aproximando-nos do local onde tudo começou, há 12 mil milhões de anos as galáxias parecem um plâncton primitivo a flutuar num oceano negro…é mágico: nuvens de pó e gás a dançar e criar uma forma  e a fundir-se para criar galáxias embrionárias. Quanto mais andarmos para a frente mais recuaremos no tempo até à idade cósmica das trevas e antes disso: luz, uma explosão imensa : a explosão que criou o Universo.A 130 mil milhões de triliões de km de casa há 13 mil milhões e meio de anos atingimos o momento mais violento e criativo da História tudo o que veio e existir segue-se a este momento: Big Bang.
Todas as religiões e todas as culturas o ponderam mas ainda não sabemos o que despoletou este acto de criação ou porquê…é aqui que acaba a nossa viagem acaba e o Universo começa: um ponto infinitamente quente, pequeno e denso  surge criando o espaço, o tempo, a matéria…o Universo em si. Primeiro é do tamanho de uma partícula sub-atómica , na mais pequena fracção de segundos depois  é suficientemente  grande para caber na palma da mão, momentos depois é do tamanho da Terra.
Hoje a luz do Big Bang ainda se difunde como um som sibilante de interferência de rádio…a antena de televisão apanha-a, pode ver-se como interferência numa TV sem sintonização.


Avançamos pelo tempo ao sabor  da onda da explosão  tudo o que vemos na nossa viagem pelo Espaço são faíscas do Big Bang.No futuro, daqui a 3 mil milhões de anos a imensa galáxia Andrómeda vai chocar com a nossa galáxia Via Láctea e uma nova galáxia irá surgir: o Sol e os planetas sobrevivem mas foram lançados numa órbita em torno da nova galáxia, o Sol torna-se um gigante vermelho absorve Mercúrio e Vénus queima a superfície terrestre destruindo a vida no planeta (caso ainda exista), depois o Sol morrerá encolhendo até um anão branco. 


Mais estrelas morrem na galáxia transformando-se em mais anãs-brancas, pulsares, buracos negros…as luzes apagam-se na galáxia.Desde o Big Bang o Universo tem vindo a desvancer-se não com uma explosão mas sim com um prolongado queixume.Poderá haver uma saída do nosso Universo moribundo? Só se encontrarmos um atalho entre o espaço e o tempo: um wormhole. Se houver outros Universos desde modo poder-se-ia sair do nosso Universo condenado  para um Universo Paralelo.

Fonte: DVD National Geographic: Viagem aos Limites do Universo

Quanto a mim, a nossa existência é tão miseravelmente inexistente no Universo que me custa a crer que a única vida que nos foi concedida foi esta terrena limitada e sem graça alguma, há muitos mistérios por este Universo fora, talvez realidades dentro de realidades, Universos dentro de Universos...um caos ordenado envolto em mistério. Perante a magnificiência de tudo isto devemos acreditar que a nossa vida acaba mesmo com a morte terrena? Que mais somos nós para além de pó estelar? Não temos presença nenhuma no espaço e tempo do (talvez) infinito Universo...será que há alguma coisa que coordena tudo isto? E se há, preocupa-se e gosta mesmo de nós? Alguns chamam a esta força desconhecida e  misteriosa criadora e reguladora Deus, Einstein acreditava que Deus era o Universo...
Será que os livros exotrópicos têm razão quando dizem que ao contrário da entropia física que leva o Universo para o caos o Universo é exotrópico? será que os nosso pensamentos têm algum poder para viajar pelo espaço e "comunicar" com o Deus supremo? E se comunicarem mesmo será que ELE ouve?
São perguntas que nem o religioso mais devoto poderá ter uma resposta.
Será tudo isto uma mágica obra do acaso? Ou será algo premeditado por algo? E se foi premeditado, porque o foi então?
Respostas religiosas do amor infinito de Deus continuam a não me convencer, quantas vezes não parece que ele abandonou até às pessoas mais boas que existem?
São mistérios terrenos impossíveis de descortinar nesta vida disso tenho a certeza, e não sei nem ninguém saberá se houve/haverá outra vida para nós.

Bem mas de volta ao DVD da National Geographic, achei interessante e quis partilhá-lo no entanto não gostei da forma como foram abordados os wormholes, os atalhos no espaço e o tempo pois diziam que talvez gerações futuras de humanos pudessem descobrir esses atalhos nas suas naves espaciais e fugir de um universo entrópico decadente que vai perdendo energia e apagando-se, encontrar por sorte uma Terra igual à nossa e começar tudo outra vez!
Sei que isto é ficção científica mas demonstra sem dúvida o facto de a mente humana não entender que a realidade é composta por morte e transformação. O ser humano acha-se tão importante que para além de destruir o seu planeta acha que ainda deveria continuar a existir noutra Terra! Patético completamente!
O Universo mal dá por nós acreditem! O ser humano tem a mentalidade patética de se colocar acima de tudo só porque é inteligente (apesar de os seus actos demonstrarem muitas vezes o contrário), estrelas e galáxias morreram ao longo de incontáveis anos engolindo planetas talvez com vida também...no entanto o Homem continua a sentir que é especial ao Universo! Mas tudo continuará sem nós, o Universo em si não irá dar pelo nosso desaparecimento. Um ser que destrói o seu próprio planeta, desrespeita e maltrata outros seres que também habitam a mesma casa que eles não merece absolutamente nada. Talvez o ser humano seja então o culminar (ir)racional do caos que rege este Universo.