sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Desmotivada para conduzir





Não gosto de andar de carro, nem de conduzir!E porquê? por conduzir ou ser conduzida por estes carros horríveis! E são horríveis porquê? Não é por ser marca X ou marca Y é por serem movidos a gasolina ou gás natural!!! Sinto-me suja sempre que ando de carro por estar num carro desses a poluir tudo! Mas por outro lado sem carro não dá para ter tanta liberdade de ir a tantos lugares, especialmente praias e serras. Basicamente ter carro tem a sua importância e grande utilidade. Sempre soube isso mas por diversos dilemas em relação à minha ética ambiental hesitei em decidir tirar a carta. Mas agora já está na altura.
Os carros convencionais movem-se a gás natural ou gasolina derivados de petróleo que é nada mais que um combustível fóssil formado por milhões de anos de apodrecimento e transformação de dinossauros e outros animais e plantas pré históricos.
FOSSIL FUEL
Há pelo menos 30 anos que o assunto do esgotamento das jazidas de petróleo sobe à actualidade. Curiosamente, o prazo indicado para o seu fim tem sempre sido entre 30 e 50 anos...ao longo dos últimos 30! Na verdade, segundo alguns especialistas, as contínuas descobertas de novos poços em conjunto com a futura exploração de outros que há muito se sabe existirem, mas cujo acesso difícil lhes impedia a rentabilidade no passado, deverá chegar para abastecer o planeta nos próximos 200 anos!!!Mas é a questão da poluição e do aquecimento global, que levanta a necessidade de alternativas a longo prazo. Sobretudo com o desenvolvimento acelerado da economia chinesa.
As aletrnativas:
Há carros movidos a biodiesel ou biocombustíveis cujo combustível é alimentos como o milho cana-de-açúcar ou árvores de óleo de palma (só existem nas florestas tropicais), o que tem sido muito controverso, especialmente no Brasil onde em 2008 o biocombustível da cana de açúcar alimentava 30% dos carros no Brasil. É que está-se de algum modo a tirar comida da boca das pessoas para os carros...de não esquecer que no Brasil há muita gente a passar fome e agora o milho e cereais estão a ser alvo de especulação financeira devido ao seu poder energético como é feito com petróleo! É que naturalmente, as pessoas pobres e famintas não ficam propriamente extasiadas quando o preço do milho sobe porque o milho que esperavam comer ao jantar se transformou em combustível para motores a gás. E as florestas tropicais não melhoram ao serem alisadas para plantações de óleo de palma!
"Desculpe mas vou precisar dessa maçaroca de milho para pôr o meu carro a andar!"


Procurei então carros eléctricos, carregados a baterias, já vi nas ruas postos de abastecimento, poucos mas já vi e depois vi os preços de um carro desses! Os mais baratos rondam os 30 mil euros! Bem tendo em conta que podemos adquirir um carro novo e convencional (a gasolina) por cerca de 9 mil euros é caríssimo!
Apesar de ser um bom investimento a longo prazo pois nunca mais precisaremos de comprar gasolina que está caríssima, a curto/médio prazo revela-se pesado demais, há apartamentos a 30 mil euros mais baratos que um carro eléctrico!
O carro eléctrico não emite dióxido de carbono, gás com efeito de estufa que intensifica o aquecimento global, do seu tubo de escape sai água não gases tóxicos, é silencioso e gasta menos energia que um carro movido a gasolina/gasóleo.
Mas um carro eléctrico é o ideal para fazer face ao aquecimento global SE e SÓ SE as fontes de energia da qual adquirimos a electricidade forem renováveis...e ainda estamos longe de que 100% dessa energia o seja (Portugal está no rumo certo, cerca de 50% da energia eléctrica provem de fontes renováveis...mas ainda não é um fornecimento totalmente verde), por isso mesmo há alguma parte do processo que envolveu queima de combustíveis fósseis. No entanto, por mais estranho que possa parecer, é três vezes mais eficiente queimar petróleo para gerar electricidade, armazená-la numa bateria e alimentar o motor eléctrico de um automóvel, do que queimar gasolina directamente de um motor térmico.
O preço da energia eléctrica é outro dos factores a favor dos motores eléctricos porque permite um custo por quilómetro muito menor que a gasolina ou o gasóleo (o custo de cada 100 km dos veículos eléctricos é inferior a dois euros).
O rendimento energético de um motor eléctrico é de 90% contra os 40% de um Diesel ou 35% de um motor a gasolina.
No entanto para além do preço exorbitante de um carro eléctrico há outro grande senão: a sua autonomia! Em geral os carros eléctricos têm uma autonomia de 160 km isto é se formos a caminho do Algarve temos de parar uma vez aos 160 km para mudar ou carregar a bateria (que pode levar 30 minutos a ser carregada nos postos de abastecimento e oito horas se o carregamento for feito em casa). Por isso os carros eléctricos são mais recomendados para citadinos. Mas Portugal, é um dos primeiros países do Mundo que já tem em curso uma política integrada para a mobilidade eléctrica, que pressupõe uma rede de carregamento nacional de baterias em 25 cidades, num total de 1.300 pontos de carregamento até 2011!


Os carros disponíveis no mercado português (Mitsubishi MIEV e Nissan Leaf - este ainda só para as empresas do consórcio Mobi.E) obrigam a paragens a cada 150/160 quilómetros.
A uma velocidade de 120 quilómetros por hora, um carro elétrico Nissan Leaf ou Mitsubishi MIEV gasta perto de €2 por cada cem quilómetros, em eletricidade, enquanto um carro a combustão pode gastar entre €6,6 (a diesel) a €10,6 (a gasolina).
Mas porque é que os carros elétricos ainda são tão caros?
Sobretudo devido ao custo das baterias de iões de lítio que, segundo alguns especialistas, representam perto de metade do custo do carro. Ou seja, num carro de €35 mil (como o Nissan Leaf ou o Mitsubishi MIEV), perto de €16 mil têm a ver com a bateria. Isto porque ainda estamos no início de uma nova tecnologia, muito pouco dominada e até algo experimental.

As baterias dos motores eléctricas são muito caras por causa do preço do cobalto que reveste o eléctrodo positivo. O problema é o custo e a raridade do lítio: estima-se que 50% das reservas deste elemento estejam situadas na China, o que promete uma alteração geopolítica substancial: da dependência do médio oriente, podemos passar para a dependência da China.


Nissan Leaf: carro eléctrico com Zero Emissões
Os automóveis de hoje em dia são cada vez mais eficientes e há outra tecnologia em curso para além dos eléctricos e dos híbridos (com motores eléctricos e de gasolina/gás/gasóleo)...FUELL CELL!
A tecnologia fuell cell usa como combustível o hidrogénio que é virtualmente inesgotável e tem apenas vapor de água como emissão mas apesar de o hidrogénio ser o elemento mais abundante na natureza está sempre agregado a outro elemento por isso extraí-lo de alguma substância custa dinheiro...muito dinheiro! A opção clássica de obtenção de hidrogénio é através da electrólise da água.
Até agora existem apenas 12 postos de abastecimento público de hidrogénio no Japão e 20 nos EUA, todos na Califórnia.
A tecnologia fuell cell também é muito cara: uma fuell cell é formada por um eléctrodo negativo e outro positivo, separados por um electrólito sólido que só deixa passar protões, os iões positivos de hidrogénio. Ambos os eléctrodos estão revestidos com platina, que serve de catalizador- agente que estimula as reacções químicas. E a platina é um metal precioso ainda mais caro e raro que o ouro! Quando o hidrogénio entra em contacto com o eléctrodo negativo, a platina promove a sua ionização, ou seja a sua separação em electrões e protões, estes últimos vão atravessar o electrólito até chegar ao electrólito positivo. Fazendo depois passar o oxigénio por este eléctrodo, os protões recombinam-se formando o vapor de água, única emissão para a atmosfera. No eléctrodo negativo ficam os electrões. Ligando através de um circuito eléctrico os dois eléctrodos, os electrões migram do negativo para o positivo, gerando assim corrente eléctrica Cada ma destas células fornece cerca de 1 volt, ligando a várias células consegue-se uma tensão suficiente para alimentar um motor eléctrico que faz mover o veículo.


Isto para mim tem sido um grande dilema e não só por razões ambientais! Também por medidas sócio-políticas! Quero estar o mais independente possível de políticas energéticas. Eu explico-me melhor: para além de não ter de levar com o preço do petróleo sempre a subir quando os mercados assim o entendem estou mais longe de estar envolvida, se bem que indirectamente, com os conflitos que se dizem missões de paz em regiões como o Médio Oriente e Norte de África...ricas em petróleo!
Gostava de ter a certeza que quando trabalhasse e descontasse impostos ou quando os pago diariamente indirectamente através do consumo individual taxado com o IVA  nem um cêntimo de nenhum cidadão iria financiar as invasões imperialistas da NATO, mas o meu país é da NATO e infelizmente até à pouco tempo fui passear até Cascais a norte do rio Tejo e Sesimbra a Sul do Tejo e vi duas bases militares da Nato! Estava na praia da Lagoa de Albufeira em Sesimbra e olhei para o céu quando ouvi um barulho de motores: um avião no ar...operações militares de treino!
Já que infelizmente estamos na Nato é mais que certo que os nossos impostos também a financiam e com ela todas as armas de guerra que se compram (os EUA e Alemanha têm uma grande indústria de armamento) e consequentemente todas as operações sujas de morte e violência perpetuada sob égide de um Imperialismo Ocidental repugnante sob a capa de combate ao terrorismo e para libertação dos povos de ditadores...como andamos a libertar essas pessoas? a destruir o seu país, a matá-las, a bombardear as suas casas e depois a negando-lhes o acesso à Europa quando elas fogem aterrorizadas dos conflitos que TODOS NÓS de alguma maneira financiámos.
Tenho vergonha e nojo disto tudo!
Quero conduzir, sair com família e amigos, ir a praias, viajar...mas não quero estar envolvida de modo algum neste sistema hediondo!
Provavelmente sou a jovem mais desmotivada do mundo para conduzir e talvez das poucas pessoas que realmente se preocupa MESMO com isto!