quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Fantasmas

"Nunca uma situação se desenhou assim para o povo português: não ter futuro, não ter perspectivas de vida, social, cultural, económica, e não ter passado porque nem as competências nem a experiência adquiridas contam já para construir uma vida...fomos desposados do nosso presente . Temos apenas em nós e diante de nós, um buraco negro. O empobrecimento significa não ter aonde construir um fio de vida...o passado de nada serve, o futuro entupiu.
[..]O poder destrói o presente individual e colectivo  de duas maneiras: sobrecarregando o sujeito de trabalho, de tarefas inadiáveis, preenchendo totalmente o tempo diário com  obrigações laborais ou retirando-lhe todo o trabalho, a capacidade de iniciativa, a possibilidade de investir, empreender, criar. Esmagando-o com horários de trabalho sobre-humanos ou reduzindo a zero o seu trabalho...sem presente os portugueses estão a tornar-se fantasmas de si mesmos [.,. ] É a maior humilhação, a fantomatização em massa do povo português" José Gil in Visão